Shaperville, Rio de Janeiro, Vigário Geral

Estamos na véspera do Dia Internacional de Combate a Discriminação Racial (21/03) criado em 1969 pela ONU http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Sharpeville para lembrar o massacre de crianças na época do apartheid na África do Sul em 1960.

Já no Rio de Janeiro 47 anos depois se realiza hoje uma reunião entre autoridades de segurança pública e da Vara de Infância e da Adolescência para discutirem a legalidade das revistas em crianças como as realizadas recentemente em Vigário Geral no subúrbio do Rio.

O que podemos esperar disso? O governador (que dá uma bola dentro e outra fora!) e o seu Secretário de Segurança (que parecia ser outra coisa ao tomar posse) concordam com a revista em mochilas de crianças de 5 anos sob suspeição de portarem drogas e armas.

Não é a toa que precavida uma das crianças revistadas alertou os policiais: - “Não peguem minha merenda!”

Enquanto a OAB protesta, Ongs que trabalham na região permanecem mudas (ao menos em seus sites), outras autoridades manifestam-se contra ou a favor, enquanto uma parcela da opinião-pública se manifesta maciçamente a favor como ocorre nas pesquisadas do site O Globo: opine http://oglobo.globo.com/rio/opine/default.asp?op=504&ed=4

O teor dos comentários são fortemente autoritários e preconceituosos legitimando esta prática fascista da polícia, que o governo estadual vê-se pressionado a apoiar, já que ela se manifesta de modo maciço na pesquisa.

Em outra pesquisa no mesmo site, mais de 86% se manifestam contra um auxílio financeiro para os familiares dos menores infratores, alegando que esta contribuirá para o aumento da criminalidade(!), enquanto a Secretária Benedita declarava no jornal de uma tv que as famílias nem dinheiro tinham para visitar os moleques internados.