É nesse sentido que arrisco a usar a expressão "tá na merda" para comparar a situação do movimento negro brasileiro diante das situações atuais e desafios existentes para um futuro próximo.
O ano de 2009 deixa alguns exemplos: a visibilidade adquirida pela questão das cotas e das ações afirmativas com a forte oposição da mídia hegemônica (jornalões, tv, revistas e web) e a isso podemos somar a questão do negro nas telenovelas. Enquanto as cotas e as ações afirmativas já se constituiram numa "política" do movimento negro com discursos competentes e ações exemplares a 'questão da visibilidade' na mídia ainda é praticamente ignorada. Por um lado o tema ainda não está maduro e carrega a complexidade de lidar com estereótipos que via de regra os próprios negros carregam, já que estão inscritos no imaginário popular e são usados no trato pessoal cotidiano e ainda a fraca noção de cidadania muitas vezes travestida de crítica social e ativismo político: luta-se pela grande causa e se esquece da micropolítica.
O Estatuto da Igualdade Racial também se enquadra naquele estado de merda em o Presidente Lula reconheceu se encontrar o povo brasileiro. O Estatuto aprovado se mostrou como uma falsa-vitória já que descaracterizado pelos acordos espúrios de cúpulas passou a imagem e o texto de um negociata política. Já que algumas lideranças entregaram os dedos para ficar com os anéis e a banca entregou os anéis para ficar com suas terras.
Felizmente, o Presidente Lula, parece, teve o bom senso de não sancioná-lo como queriam algumas afoitas lideranças do movimento negro na semana da Consciência Negra.
No vídeo a declaração de Lula: o povo tá na merda! Mas, complementa: vamos reescrever a história desse país!
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