20.2.11

A Guerra do Acarajé

Não é piada, talvez provocação, mas a Superintendência de Patrimônio da União subordinada ao Ministério do Planejamento pediu a Prefeitura de Salvador a retirada das baianas do acarajé das praias. O motivo é a ocupação ilegal da faixa de areia para a comercialização de produtos atingindo ainda vendedores de quinquilharias e ouros alimentos típicos.

Baianas do Acarajé sob ameaça na Bahia

A medida da SPU - Superintêndência de Patrimônio da União - é uma excrecência burocrática que colide com o ato do IPHAN -_Instituto do Patrimônio Histórico Nacional - de reconhecimento da Baiana do Acarajé como Patrimônio Imaterial do Brasil.

Além de tudo o que envolve este saber no seu aspecto técnico, material e simbólico as baianas como suas portadoras são agentes dessa cultura estando inscritos no patrimônio da identidade negra brasileira. Por outro lado o acarajé como atividade econômica e empreendedora possui importância vital na economia das mulheres que são suas herdeiras legítimas e que ao contrário deveriam ter assegurada sua melhoria pelo que representam à cultura baiana.

Medidas para evitar a insanidade administrativa da SPU começam a ser tomadas pela Prefeitura de Salvador e pela associações de bahianas para assim evitar a Guerra do Acarajé que seria deflagrada na Bahia.

Baiana do Acarajé símbolo da culinária africana no Brasil 

Em janeiro de 2010 foi sancionada pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o Dia nacional da Baiana do Acarajé.

Fontes: Notícias UOL, Cultura Baiana e Minc.

4 comentários:

sergio dias disse...

Palavras do Pelenegra: Isto está com cheiro de intolerância religiosa, ou seja, racismo. Estão querendo fritar as baianas no óleo do Senhor.

Patrícia disse...

Venho uma família de baianas de acarajé e o meu saber fazer, parte de uma tradição fundidas nas praias e nas ruas de Salvador, pois, foi através do trabalho com acarajé que passamos a entender o nosso lugar, nesta sociedade marcada pela intolerância religiosa.
Pensar que ao retirar as baianas das praias o que realmente sai é uma grande parte das nossas tradições, além do sustendo de centena de famílias. Precisamos nos movimentar de forma organizada, a fim de proteger e salvaguardar todos os nossos saberes e prática.

Patrícia Brito
Baiana d acarajé e historiadora

Unknown disse...

Comprar feijão fradinho,azeite, camarão, bater a massa, colocar a cebola ralada e saber bater bem direitinho para o acarajé ficar crocante e leve na hora da fritura...Tudo isso foram as primeiras coisas que minha mãe ensinou para fazer e ajudar a ganhar dinheiro e pagar meu transporte escolar, logo depois serviu pra pagar minha faculdade, depois minha especialização, hoje comprando livros para meu futuro mestrado e essas pessoas querendo tirar minha mãe(as baianas de acarajé)da praia! É renda familiar, é cultura, é turismo, é história e filosofia de vida. Apenas peço a Deus e oas orixás que orientem os pensamentos desses sere humanos.

Alexandra Amorim
Profª Esp. Educação Física

Sara disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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