15.9.09

Aposentado preso por racismo contra servidora em Campinas - SP

Homem de 55 anos recusou atendimento de funcionária do guichê da Prefeitura alegando que "preto é tudo safado"
11/09/2009 - 16h15 . Atualizada em 11/09/2009 - 20h35
Agência Anhanguera de Notícias 




O aposentado Ariovaldo Luiz Filier, de 55 anos foi preso, acusado de racismo, anteontem (10/09), em Campinas. Ele ofendeu uma atendente da Prefeitura, defronte ao guichê no Paço Municipal. A funcionária vítima de racismo, A.V.S., de 30 anos, chamou a senha do aposentado, e ao ver que a moça, que é negra, o atenderia, Filier começou a xingar. “Ele disse: não quero ser atendido por preto. Eu quero ser atendido por uma das duas branquinhas. Preto é tudo safado, não faz nada direito, não vale nada”, lembra a atendente.
Detido, Filier foi levado por guardas municipais para o 13º Distrito Policial, onde foi autuado em flagrante por crime de racismo, e encaminhado para a cadeia anexa ao 2º Distrito Policial, no bairro São Bernardo. Essa não é a primeira vez que o aposentado é acusado de crime deste tipo.
A funcionária contou que tinha terminado um atendimento e, quando chamou a senha, viu o senhor que estava com documentos nas mãos para entregar no guichê em que ela trabalha. “Ele começou a gritar. As pessoas ficaram assustadas e sem entender o que acontecia. Minha supervisora até tentou falar com ele que as outras atendentes estavam ocupadas e eu poderia atendê-lo. Mas ele continuou a ofender a minha raça. Dizia: ‘hoje não vou ser atendido por preto. A sua raça é mentirosa’”, conta a mulher ainda constrangida com a situação.

INAFIANÇÁVEL
A funcionária disse ao aposentado que o que ele fazia era crime inafiançável e afirmou que chamaria a polícia. Ele continuou gritando e chegou a correr. GMs o detiveram na Rua Benjamin Constant. Levado até a delegacia, o aposentado disse ter esquecido o que tinha acontecido, que teve “um branco”. Mas, depois, falou que estava nervoso com serviço prestado pela Prefeitura e por isto ofendeu a mulher. “Deparei com a moça de cor e fiz a ofensa. Mas, se fosse atendido pelas brancas, também teria ofendido”, disse em depoimento, antes de ser levado à cadeia.
“Não podia deixar isso passar, pois ele não ofendeu só a mim, e sim toda minha raça. Acho que isso servirá como exemplo para muitas outras pessoas que acreditam que negros são inferiores”, desabafou a funcionária pública.
Publicado em Cosmo.com.br

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