18.9.10

Erenice Guerra: o poder embranquece

O caso que resultou na demissão da Ministra-Chefe da Casa Civil Erenice Guerra é mais um daqueles que caracterizam a política das classes dominantes e de longa duração nesta grande senzala em que teimam em nos manter como se fossemos escravos-de-ganho, em vez de cidadãos.
Os casos de nepotismos, corrupção, falta de ética praticados pela Erenice ou seu entorno familiar são comprometedores. Inútil dizer que isto sempre foi prática denunciada pelo PT, no entanto, quadros partidários no governo teimam em repetir e tornar-se alvo de seus opsitores. Bem feito, e que paguem caro.


A ex-Ministra Erenice é uma mulher negra ou foi. É um daqueles casos (outra vez) em que o poder além de envelhecer, engordar e adoeçer, também embranquece. Não fosse apenas pela idade em que até os cabelos perdem seu vigor e ficam mais lisos (das poucas coisas que alisam) e com a vida cavernosa dos áulicos do poder em que até a pele perde o viço a ex-Ministra Erenice sofre o efeito abóbora. 

Bem a ministra caiu, o movimento negro nem a saudou quando entrou nem deu confiança quando caiu, episódio que nem passa perto quando a Ministra Matilde Ribeiro brincou com seu cartão corporativo, éramos todos solidários, afinal quem não erra?


Mas Erenice tem raízes mais profundas na prática política brasileira, é a política das elites que ela quis repetir, acobertar ou omitir-se, afinal, a família tava toda lá - marido, filho, genro, irmãos - defendendo negócios de terceiros ou próprios no governo. Sem dúvida ela teve seus acertos estava lá por competência, mas errou por ganância ou por não saber escolher a família que teve - o que é puro delírio. Por pouco não virava um clã como tantos outros que existem na vida pública e nos negócios com o governo. Mais uma vez vale a lição, aprende o PT, o governo, e nós aplaudimos uma safadeza a menos!

4 comentários:

Sergio Dias disse...

É Zé nesta discordamos. O discurso udenista normalmente esconde algo muito mais profundo, ou seja, o cerne do sistema. Não há algo mais abjeto neste país que os lucros dos banqueiros, em todas as suas modalidades: cartoes de crédito, empréstimos, tarifas, etc. Nada mais imoral do que isto e,no entanto é legal. Entende Zé,enquano falamos do lanho insignificante da corrupção esquecemos o bilionário e legalíssimo ganho de bilhões. Aquele que não se questiona, se cobra, totalmente absorvido por nossas mentes inertes e tomadas pela idologia de quem é hegemônico. Para isso serve esta praga udenista e brochante. Para nos iludirmos na sensação de um justiçamento moral inútil e transitório. Para mais nada. Assim como os cafeicultores paulistas eram pagos pelo café que queimavam no início do século XX, os banqueiros se refastelam de lucros absurdos sobre a fachada da legalidade burguesa. Devemos refletir a quem interessa este discurso moralizante e desconexo. A quem ele serve?

Ricardo disse...

Bem Sérgio, pelo que vc acrescenta eu concordo, ou seja, isso, mais aquilo.
jose Ricardo

Vissungo disse...

Embora concorde, plenamente com você Zé, na parte que você comenta, eu fico pasmo ainda assim que, ao que parece, se omita tão cuidadosamente (ou que se releve) o todo, esta 'Maquina' de roubar em que se transformou não sei se o PT ou o governo do PT ( se é que há diferença nisto aí).
Gente de Deus! Não exite mais 'udenismo' da forma como se está empregando o conceito, como oposição de direita a um governo constituído, sei lá. Se houver, o tal 'udenismo' é exatamente o que está no entorno (aliado) ao governo.
Com o comentário do Sergio eu tenho probelmas maiores ainda. Ora, estes banqueiros a que ele se refere estã, do mesmo modo, articuladíssimos com o governo, surfando e lucrando mais que nunca, com um ponto a seu favro: Não estão lucrando fora das leis vigentes.
'Udenismo','justiçamento moral inútil e transitório'? Será que estamos falando do mesmo país?
O que acho brochante mesmo, na verdade é este unanimidade tão injustificável, acrítica e -desculpem, de coração a franqueza -...burra.

Sergio Dias disse...

Caro Spirito Santo, sou seu admirador desde os tempos de Vissungo acompanhando Aniceto do Império. Lembra? Ainda me recordo de tê-los assistido e ficado encantado com o que cantavam e com o carinho dispensado ao velho mestre.
Bem Spirito Santo, não dá para fazer côro com a velha mídia representada pela revista Veja e congeneres, ou seja,Sistema Globo, Estadão, Folha de São Paulo e outros. Todos pertencentes à uma tradição golpista e reacionária. Se comportam como um partido político e se negam à tornar clara a sua escolha. Em um período eleitoral levantam a voz para garantir a vitória de seus candidatos, esperando manter a hegemonia que construíram junto com outros setores da classe dominante.
É claro que o PT não é a nossa menina dos olhos,e que erros foram cometidos, e certamente não foram poucos, mas acreditar piamente nesta mídia golpista e amoral como se fossem donos da verdade. Só consigo percebê-lo como ingenuidade, coisa que não temos mais idade e nem o direito de sê-lo, pois poderá nos custar muito caro no futuro.
Devemos caminhar em direção à governos cada vez mais à esquerda, buscando a transformação radical da sociedade brasileira. Se o governo Dilma não representa totalmente esta opção, será mais fácil encaminhá-lo para isso do que a escolha mais à direita.
Outro da do diz respeito ao movimento negro. Que caminhos nos serão abertos com o herdeiro de FHC? Basta ver o papel ridículo que a parcela do movimento negro ligada ao PSDB tem desempenhado no governo paulista. Acredito que nos cabe refletir melhor e não entrar neste oba-oba golpista e maquiavélico encenado por setores que com certeza representam o que há de mais reacionário em nossa sociedade, e que obsta qualquer possibilidade mínima de mudança.

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