No Rio de Janeiro, jovens de classe média dos bairros da zona sul passaram a frequentar com mais assiduidade - já houve a onda funk e a dos amores bandidos - as favelas pacificadas por força da limpeza social para os eventos da Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016).
Cartaz de festa no morro do Vidigal "vende" a paisagem antes proibida
A onda agora é a realização de festas nas áreas pacificadas para beberem e dançarem e desfrutarem das vistas panorâmicas sobre a cidade, antes só observada das ruas, avenidas, praias e de baixo para cima.
As festas realizadas, são pelo preço cobrado do ingresso e pelas bebidas, "proibidas" para a população local que assim ficam pelas redondezas apenas no "clima" da festa que ocorre para os privilegiados "turistas".
A marginalização da população local desses novos espaços infiltrados em sua região serve como reforço da exclusão social a que são comumente submetidos, ainda que seja, saudada por alguns moradores que são beneficiados com a prestação de serviços nesses mesmos locais seja como seguranças, porteiros, faxineiros ou vendedores ambulantes.
Essa atual dinâmica social nas favelas do Rio perverte o conceito de melhoria social nas comunidades pobres introduzindo melhorias, mas excluindo e mesmo expulsando muitos moradores dos novos espaços criados. Além disso, tem criado um forte pressão sobre eles para a venda de seus imóveis em regiões que se valorizam ainda mais à medida que seus antigos moradores são assim definitivamente afastados.
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