No lançamento do PAC no Rio de Janeiro, o presidente Lula disse em discurso no Canecão que não se deve tratar bandidos jogando pétalas de rosas ou pó-de-arroz (!). Mas quem pediu isso ao Presidente? Em nome de quem falou o Presidente Lula?
Da população local? Que toma uns tiros de vez em quando num confronto em que são alvos de balas perdidas? As organizações de cidadãos a quem cumpre nestes casos ao menos a tarefa de reação e denúncia na violação de direitos?
Pediram flores os bandidos?
Não, Lula naquele momento falou para um público interno e que outrora parte dele, o seu próprio partido abrigou ou apoiou defendendo os direitos humanos, a dignidade e o respeito pelos mais fracos e que agora se viola mais uma vez em nome da defesa do Estado.
Não deveria a mídia também apontar que qualquer tolerância com o ilegal e imoral foi alimentada pela tradição do descaso e do convívio com políticos que ainda hoje se alimentam dos votos daqueles cidadãos de segunda classe? Não é este um relacionamento tão violento e promíscuo como o que hoje se insinua haver com o tráfico?
Ao descrever um homem que trabalhava num armazém vizinho à sua casa pobre quando chegou a São Paulo, Lula o definiu como "um afrodescendente, que naquela tempo a gente chamava de um crioulo bem forte e alto". O personagem era um dos que pagavam pedágio ao menino Lula de 14 anos para atravessar a enchente numa tábua que ele improvisava para os adultos não sujarem a calça de linho. "Se não pagassem, não conseguiam atravessar, tinham que me dar uma gorjeta", disse aquele outrora menino esperto.
- "Hoje Presidente, morar numa favela, talvez represente o mesmo desafio de, ao improvisar para descolar algum trocado, seja preciso se tornar um 'falcão'.
Um comentário:
José Ricardo, é triste ver o nosso presidente dizer coisas assim... Não dá para entender por que ele está se omitindo diante dessa carnificina nas favelas e demais truculências da polícia. E isso está uma epidemia, se quiser, leia no meu blog o "Massacre de adolescentes em MG". Abraços para você.
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