Uma oficina de hip hop promovida pela CUFA - Central Única de Favelas - na aldeia indígena de Jaguapirú em Dourados (MS) fez surgir o primeiro grupo de hip hop indígena Brô MC's.
Os jovens da "nova aldeia" índígena são da "geração da teia" criados fora das aldeias ancestrais de onde seus pais e avós foram expulsos por fazendeiros com a garantia segura da omissão do Estado brasileiro. Eles formam a geração da "favela indígena" criada na periferia das grandes fazendas do agronegócio no oeste.
As letras do rap cantado em português e guarani são um protesto, uma forma de resistência, de luta pela auto estima, uma forma de expressão de uma consciência histórica da sua realidade feita no âmbito da cultura de massa e do movimento em que a periferia organizada vai se emancipando culturalmente da velha 'cultura culta'. Assim, o hip hop índigena passa a integrar uma cultura de massa globalizada com identificações, símbolos e expressões que se propagam e articulam em escala mundial.
A apresentação do grupo de hip hop Brô MC's na festa posse da Presidenta Dilma representa um reconhecimento da importância política que as novas gerações indígenas vão adquirindo no cenário cultural e político do país.
"Roubaram nossa terra, nossa cultura" - trecho do rap Terra Vermelha
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