9.4.07

Covering: discriminação disfarçada

Gays que não andam de mãos dadas, mulheres que tem comportamento profissional masculinizados e negros que não usam seu cabelo natural ou crescido, e ainda nos EUA, latinos que não podem usar o espanhol para se comunicar em locais de trabalho, são segundo o professor de direito e ativista de direitos civis Kenji Yoshino uma forma de racismo e discriminações disfarçados que ele denominou de "covering".

Covering: forma de discriminação sutil pós fase de discriminação direta: forma introjetada onde o discriminado deixa de manifestar sinais mais marcantes de sua identidade por exemplo cita os gays que não poderiam andar de mãos dadas, negros que não usariam seus cabelos crespos naturais.

Segundo o antropólogo da UERJ Sérgio Carrara entrevistado pelo jornal O Globo (8/04/2007) e também em entrevista exibida no Fantástico do último domingo, o Brasil é o país do covering: "na medida em que os negros ascendem socialmente e assumem um certo padrão comportamento, de vestimenta e de linguagem eles passariam por um processo de branqueamento e deixariam de ser tratados como negros.

Mas, o que é afinal, ser negro no Brasil segundo critérios de comportamento, vestimenta e linguagem?
Ao mesmo tempo em que uma entrevista simpática para denunciar formas nada sutis de discriminação e preconceito é apresentada outras formas mais ou menos sutis são manifestadas. O que expõe a complexidade de se tratar a questão mesmo entre os bem intencionados. Do mesmo modo, que a já desgastada questão sobre se os comentários da Ministra Matilde Ribeiro foram ou não racistas ao comentar que seria "natural" que alguns negros não gostassem de brancos pelo fato da discriminação sofrida.

Para finalizar: o antropólogo Sergio Carrara, ainda na entrevista publicada pelo jornal, sugere que o conceito de "covering" seria mais importante para pensar a sociedade brasileira do que a sociedade norteamericana.
Veja o vídeo:

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