Caetano Veloso na sua Obra em Progresso deveria tratar da desconstrução do racismo e não de tentar reconstruí-lo.
Hoje no Brasil felizmente, já causa algum espanto nas pessoas mais esclarecidas se afirmar que vivemos uma democracia racial. O que se entende por isso é que vivemos uma situação social em que o racismo está presente sob diversas formas, uma mais visíveis outras menos.
Existe uma percepção social na média da população brasileira de que o racismo é praticado no Brasil, apesar de que a maioria das pessoa não admite que o pratique.
Podemos entender que tais formas de racismo individual que não são percebidas em si próprio, em parte são porque estão internalizadas, tornadas "naturais", praticadas inconscientemente, "sem-maldade", como se diz.
Uma outra parte cabe ao racismo institucional que assegura assim sua eficácia alguma legitimidade e deste modo sua contribuição na reprodução da sociedade atual.
A negação do racismo pode ser vista também como um artifício da própria ideologia racista, e que foi observada como o "preconceito de não ter preconceito".
A percepção do negro de sua condição desigual produziu inúmeras formas de resistência ativas e passivas podemos dizer, da luta dos quilombos à preguiça.
Uma das formas de resistência está na linguagem no sentido e no significado político contido em palavras como as que se usa para identificar o outro.
O negro e o índío foram inventando pelo racismo que edificou(-se) no branco europeu como referência de humanidade e cultura, é disso que a lei 11.645 trata quando institui que a educação do ensino básico e médio promova a história e a cultura negra e indígena.
O que a história demonstra e ensina foi que em toda a diáspora e na própria África muitas palavras, idéias e conceitos que enunciavam o racismo foram sendo transformados nos seus significados, abordagens, sentidos e até mesmo na sua entonação.
Quem não se lembra ou conhece alguém de um tempo em que não se usava a palavra negro a não ser que fosse para ofender, depreciar o outro, e que ainda hoje deixa resíduos em mentes despreparadas para conviver com estas mudanças?
O conteúdo do racismo branco na palavra negro foi esvaziado de seu sentido ofensivo e se buscou ao contrário, um motivo de orgulho. Isso foi possível a partir do momento em que o discurso racista foi desconstruído.
Negro é lindo foi uma resposta típica da geração de Caetano Veloso que não quis entender isso que ocorreu nos anos 60.
Caetano Veloso em sua sanha anti-negro desdenha seu amigo Joel Zito por este não desejar ser reconhecido como mulato e sim como neegro - conforme a sua ênfase na entonação da palavra para reforçar o sentido que o constranje e isto deixa o Caetano muito contrariado.
Caetano não tem pudores em insinuar sua condição bissexual mas se ofende quando seu amigo Joel Zito diz que é negro achando que ele deveria se considerar mulato como ele.
O mulato Caetano não é uma novidade ele diz isso desde os anos 70, conforme declara no vídeo, ele acha que todo mundo deveria ser mulato como ele!
Transbordando seu ego Caetano me faz lembrar de seu verso "Narciso acha feio o que não é espelho", excessivamente auto-referente ele diz: "mas eu gosto mais de preto do que de negro", afirma com tanta veêmencia como se dissesse para acreditar em si próprio.
Caetano me lembra a Alice no País da Maravilhas que em seu sonho atravessa o espelho e se confunde entre o mundo real e o seu mundo imaginado.
Caetano quer porque quer, que os negros deixem de ser negros, ele acha que isto promove o ódio racial e inventa uma fábula do mulato para acabar com o racismo que ele agora acredita ser promovido pelo negro que se declara negro.
Por isso ele é também contra as cotas raciais e canta em prosa e verso provocativamente: sou um mulato nato/no sentio lato/democrático/do litoral.
O Obama de Caetano
Caetano vai buscar em Obama mais uma justificativa para sua tese e canção de exaltação ao mulato e cita o episódio em que Obama se afasta de um pastor de discurso racista concluindo que por isso "ele se portou como mullaato" sua ênfase aqui se torna auto-caricata.
Caetano ao atribuir ao comportamento político de Obama uma qualidade do ser mulato estabelece uma associação de significado típica do pensamento racista que diz combatere que para ele só existe quando o preto e o pardo oficial se identifica como negro.
Caetano não entende naaada.
Uma vez ele disse isso sobre a ditadura militar e todo mundo gostou, hoje ele é que está fora da ordem.
Se ele conhecesse ou entendesse a história da resistência negra e não a história romanceada do negro contada por Gregório de Matos, Jorge Amado entre outros, ele poderia alcançar algumas dimensões que não consegue e que provocam nele uma distorção mental que o faz ter repulsa à consciência negra.
Barack Obama se compara a um cachorro vira-latas.
Barack Obama em sua primeira entrevista coletiva declarou que o tal cachorinho - um folclore da Casa Branca - que prometera as filhas seria um vira-latas e arrematou irônico: "como eu!". O espanto é compreenssível, afinal o primeiro presidente negro da América declara-se um vira-latas.
Obama cumpre bem o papel de provocar e confundir desmistificando também o tom solene da presidência por uma boa dose de irreverência que surpreende a platéia e que deve funcionar no esvaziamento do discurso racista.
Por que no Brasil é diferente?
Porque não temos um presidente negro que resgate a dignidade negra de um passado sombrio construído pelo racismo e que possa projetar no futuro sobretudo para as novas gerações que a democracia racial está virando o jogo.
Democraticamente Caetano Veloso estará do lado que quiser tomara que encontre o lado certo.
2 comentários:
Desculpem-me, mas estamos perdendo muito tempo como esse cara. Caetano virou a pá e nao conserta mais. É bom deixa-lo com seus concertos. Caetano hoje em dia é o absurdo ideológico que essa linha burguesa ipanemenha tem como mote para desacreditar na própria fonte em que bebe e sempre bebeu: a cultura negra (o Ilé Aiyé o Olodum, o Muzenza do Reggae: a religiao negra: o Gantois, a Casa Branca, etc; os batuques do reconcavos, só para citarmos algumas. Acredito que as gentes da Bahia (alo, Joao Jorge, alo Vovo) deveriam dar um sacode público em Caetano. Carlinhos Brown já deu um sacado no carnaval do ano passado.
Caetano virou direita há muito tempo. Nao dá para ficar perdendo tempo com essas frescuras dele.
E como cantava um "mulato" bacana, o Geronimo lá do Pelourinho: "Eu sou Negao". E Caetano nunca foi neguinha. E nem pode.... Quack!!!!
E vamos em frente, atropelando esses caras, pois temos coisas mais importantes para fazer em nossas lutas por aí a fora...
Ras Adauto Berlin
REVOLUÇÃO QUILOMBOLIVARIANA !
A COMUNIDADE NEGRA AFRO-LATINA BRASILEIRA
APOIA E É SOLIDARIA AO POVO PALESTINO.VIVA A PALESTINA!
Viva! Chàvez! Viva Che!Viva! Simon Bolívar! Viva! Zumbi!
Movimento Chàvista Brasileiro
Manifesto em solidariedade, liberdade e desenvolvimento dos povos afro-ameríndio latinos, no dia 01 de maio 2008 dia do trabalhador foi lançado o manifesto da Revolução Quilombolivariana fruto de inúmeras discussões que questionavam a situação dos negros, índios da América Latina, que apesar de estarmos no 3º milênio em pleno avanço tecnológico, o nosso coletivo se encontra a margem e marginalizados de todos de todos os benefícios da sociedade capitalista euro-americano, que em pese que esse grupo de países a pirâmide do topo da sociedade mundial e que ditam o que e certo e o que é errado, determinando as linhas de comportamento dos povos comandando pelo imperialismo norte-americano, que decide quem é do bem e quem do mal, quem é aliado e quem é inimigo, sendo que essas diretrizes da colonização do 3º Mundo, Ásia, África e em nosso caso América Latina, tendo como exemplo o nosso Brasil, que alias é uma força de expressão, pois quem nos domina é a elite associada à elite mundial é de conhecimento que no Brasil que hoje nos temos mais de 30 bilionários, sendo que a alguns destes dessas fortunas foram formadas como um passe de mágica em menos de trinta anos, e até casos de em menos de 10 anos, sendo que algumas dessas fortunas vieram do tempo da escravidão, e outras pessoas que fugidas do nazismo que vieram para cá sem nada, e hoje são donos deste país, ocupando posições estratégicas na sociedade civil e pública, tomando para si todos os canais de comunicação uma das mais perversas mediáticas do Mundo. A exclusão dos negros e a usurpação das terras indígenas criaram-se mais e 100 milhões de brasileiros sendo estes afro-ameríndios descendentes vivendo num patamar de escravidão, vivendo no desemprego e no subemprego com um dos piores salários mínimos do Mundo, e milhões vivendo abaixo da linha de pobreza, sendo as maiores vitimas da violência social, o sucateamento da saúde publica e o péssimo sistema de ensino, onde milhões de alunos tem dificuldades de uma simples soma ou leitura, dando argumentos demagógicos de sustentação a vários políticos que o problema do Brasil e a educação, sendo que na realidade o problema do Brasil são as péssimas condições de vida das dezenas de milhões dos excluídos e alienados pelo sistema capitalista oligárquico que faz da elite do Brasil tão poderosa quantos as do 1º Mundo. É inadmissível o salário dos professores, dos assistentes de saúde, até mesmo da policia e os trabalhadores de uma forma geral, vemos o surrealismo de dezenas de salários pagos pelos sistemas de televisão Globo, SBT e outros aos seus artistas, jornalistas, apresentadores e diretores e etc.
Manifesto da Revolução Quilombolivariana vem ocupar os nossos direito e anseios com os movimentos negros afro-ameríndios e simpatizantes para a grande tomada da conscientização que este país e os países irmãos não podem mais viver no inferno, sustentando o paraíso da elite dominante este manifesto Quilombolivariano é a unificação e redenção dos ideais do grande líder zumbi do Quilombo dos Palmares a 1º Republica feita por negros e índios iguais, sentimento este do grande líder libertador e construí dor Simon Bolívar que em sua luta de liberdade e justiça das Américas se tornou um mártir vivo dentro desses ideais e princípios vamos lutar pelos nossos direitos e resgatar a história dos nossos heróis mártires como Che Guevara, o Gigante Osvaldão líder da Guerrilha do Araguaia. São dezenas de histórias que o Imperialismo e Ditadura esconderam. Há mais de 160 anos houve o Massacre de Porongos os lanceiros negros da Farroupilha o que aconteceu com as mulheres da praça de 1º de maio? O que aconteceu com diversos povos indígenas da nossa América Latina, o que aconteceu com tantos homens e mulheres que foram martirizados, por desejarem liberdade e justiça? Existem muitas barreiras uma ocultas e outras declaradamente que nos excluem dos conhecimentos gerais infelizmente o negro brasileiro não conhece a riqueza cultural social de um irmão Colombiano, Uruguaio, Venezuelano, Argentino, Porto-Riquenho ou Cubano. Há uma presença física e espiritual em nossa história os mesmos que nos cerceiam de nossos valores são os mesmos que atacam os estadistas Hugo Chávez e Evo Morales Ayma,Rafael Correa, Fernando Lugo não admitem que esses lideres de origem nativa e afro-descendente busquem e tomem a autonomia para seus iguais, são esses mesmos que no discriminam e que nos oprime de nossa liberdade de nossas expressões que não seculares, e sim milenares. Neste 1º de maio de diversas capitais e centenas de cidades e milhares de pessoas em sua maioria jovem afro-ameríndio descendente e simpatizante leram o manifesto Revolução Quilombolivariana e bradaram Viva a,Viva Simon Bolívar Viva Zumbi, Viva Che, Viva Martin Luther King, Viva Osvaldão, Viva Mandela, Viva Chávez, Viva Evo Ayma, Viva a União dos Povos Latinos afro-ameríndios, Viva 1º de maio, Viva os Trabalhadores e Trabalhadoras dos Brasil e de todos os povos irmanados.
O. N. N.Q.QUILOMBO – FUNDAÇÃO 20/11/1970
quilombonnq@bol.com.br
Postar um comentário