Celia Sacramento (PV) foi eleita na chapa de ACM Neto (DEM) para a Prefeitura de Salvador-Ba (2012-2016)
Não se trata aqui de listar ao longo da história o número de negros "primeiros" em qualquer coisa que pareça relevante, mas de destacar a falácia que se repete ao longo do tempo nessa falsa e equivocada visão laudatória de erigir monumentos com pés de barro numa sociedade que tem como prática dominante promover a invisibilidade do homem e da mulher negra, mas que, apenas se torna complacente com a exceção como se ela nos redimisse dos efeitos do racismo cotidiano e estrutural.
É o que ocorre agora com Célia Sacramento, vice governadora da Bahia que assumirá por três dias o cargo de chefe do executivo do estado. Ela declara: "Assumirei o posto com a mesma alegria com que fui eleita vice-prefeita pela população, pois trabalho todos os dias compulsivamente ajudando o prefeito a fazer a gestão". E poderia ser diferente? O que isso significa para a população negra da Bahia? Será que se sentirão melhor representados em seus interesses e direitos negados? Haverá mudanças de comportamento político motivado por essa ocupação provisória no cargo de uma mulher negra no executivo do estado com maior população negra que mal consegue eleger um representante negro nas eleições para vereador ou deputado?
Ou a verdadeira mensagem dessa notícia é cumprir o papel de tranquilizar a elite baiana de que "tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes"?
"Durante os próximos três dias (8 a 10), enquanto o prefeito ACM Neto estiver em viagem oficial à Espanha para tratar de mobilidade urbana, a vice-prefeita Célia Sacramento assumirá o posto de chefe do Executivo da capital baiana. Pela primeira vez na história, Salvador terá uma gestora negra como autoridade máxima da cidade. De acordo com ela, dará prosseguimento às ações planejadas pela administração municipal. "
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